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sábado, 19 de maio de 2012

Libertem Paul Watson por Paulo Paim

 Libertem Paul Watson 
Por Paulo Paim* 
Um dos mais importantes ativistas do planeta está preso, em Frankfurt, na Alemanha. O capitão canadense Paul Watson, líder da ONG Internacional Sociedade de Conservação – Pastores do Mar, focada na defesa dos oceanos e da vida marinha, no mundo inteiro. 
Watson foi eleito pela revista Time como um dos heróis da ecologia do século 21. Também foi co-fundador da ONG internacional, Greenpeace. Responsável direto pela preservação de diversas espécies marinhas, muitas delas em extinção. 
O motivo de sua captura é no mínimo duvidoso, ou curioso. O mandado para a prisão foi emitido na Costa Rica, em outubro de 2011. Tal mandato refere-se a um processo que havia sido arquivado e curiosamente, foi reaberto poucos dias depois de o Instituto de Pesquisa de Cetáceos iniciar um processo civil contra a Sociedade de Conservação – Pastores do Mar, nos Estados Unidos. Resumindo: o mandado de prisão não tem mais nenhuma valia legal. Prescreveu. 
Segundo o governo costa-riquenho, Paul Watson teria abalroado (ato de jogar uma embarcação em direção a outra) um navio pesqueiro em suas águas. Porém, as águas onde, supostamente, ocorreu este fato pertencem a Guatemala e a ação foi autorizada pelo governo Guatemalteco, pois tratava-se de impedir que fosse cometido um crime ambiental, previsto em Lei Guatemalteca. 
O fato de a Costa Rica pedir a prisão do Capitão Watson é, no mínimo estranho, senão suspeito de armação para aprisionar a pessoa que planeja as ações que provocam os maiores prejuízos econômicos as empresas que obtem seus lucros praticando crimes contra a fauna marinha ao redor do mundo. 
A INTERPOL publicou uma nota em seu website dizendo que não emitirão um alerta vermelho de busca e apreensão ao Capitão Watson, porque seu escritório de processos jurídicos não está satisfeito com o pedido da Costa Rica, e que o mesmo, não está em conformidade com as constituições e regras da INTERPOL. Ou seja, a INTERPOL considera esta prisão abusiva e ilegal. 
Jogada política, interesses econômicos, pressão de países que praticam a pesca ilegal e a caça de baleias e golfinhos. A indústria pesqueira em Japão, Noruega, Rússia, Coreia do Sul e China, países de forte influência internacional e que encontram na pesca uma forma de ganho econômico, certamente comemoram esta prisão. 
Não podemos acusar ninguém, nenhum país, mas parece claro que a Costa Rica está servindo de instrumento para defender interesses de outros países, mais potentes e influentes. 
Mais de 158 mil e-mails foram enviados para o ministério da justiça alemão. O mundo se mobiliza para a libertação de Watson. O Brasil não pode calar-se diante deste fato. Temos um dos litorais mais ricos em diversidade marinha do globo. 
As águas brasileiras despertam o interesse da indústria pesqueira mundial. Nada contra a pesca, de forma alguma. Porém, tudo contra a pesca ilegal e a destruição da biodiversidade marinha. Repito: não podemos calar. Pois, estas verdadeiras máfias, já estão atuando em águas brasileiras, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. 
Não por acaso a apreensão de barbatanas de tubarão, que seriam contrabandeadas para a Ásia, está se tornando mais frequente no Brasil. Existem diversos questionamentos que devemos fazer a cerca desta questão, um deles é: gostaríamos de ver nossos humildes e honestos pescadores artesanais serem “engolidos” por grandes corporações pesqueiras internacionais? 
Este homem, Capitão Paul Watson, luta para que isso não ocorra. A libertação deste ativista é de interesse brasileiro, sim. Lembrando que a Sociedade de Conservação – Pastores do Mar possui um braço em solo brasileiro. Responsável pela proteção da costa brasileira e de sua diversidade marinha. Atuante frente a questões relacionadas a pesca ilegal, derrames de petróleo e agressões ao meio ambiente nacional. 
Se deixarmos que a prisão e a extradição deste homem realmente ocorram, estaremos um abrindo um precedente para que isso também aconteça em nosso país. Não podemos calar!
* Senador da República do Brasil
Fonte: REDE Os Verdes/via Facebook

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