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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Impulso Solar

Imagens: Internet
Impulso solar
Os esforços para redução das emissões de gás carbônico na atmosfera pelos meios de transporte chegaram aos ares. O setor aéreo, considerado um dos vilões do aquecimento global, é motivo de preocupação de ambientalistas e organizações engajadas pelo combate à crise do clima. Enquanto a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) se prepara para apresentar metas de redução nas emissões de carbono na Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP15), em dezembro, algumas invenções para a prevenção do problema estão em fase de testes.É o caso do Solar Impulse, protótipo de avião movido a energia solar produzido pelo grupo Altran, de consultoria em tecnologia e inovação, em parceria com o governo da Suíça.
A aeronave é equipada com mais de 11 mil painéis solares sob a asa de 63 metros de comprimento, que captam energia do Sol e abastecem quatro motores elétricos, cada um com potência de dez cavalos. Além do voo, decolagem e aterrissagem também são feitas a partir da energia renovável.
O Solar Impulse foi idealizado pelo suíço Bertrand Piccard. Depois de ter dado a volta ao mundo em um balão em 1999, ele decidiu fazer o mesmo com um veículo sem combustível ou emissão de poluentes. O avião já realizou três voos com a ajuda de um simulador de tarefas, que pôde avaliar o comportamento e percurso da nave em condições reais de tempo.
O equipamento se baseia em mais de 5 mil parâmetros, como os de consumo de energia, bateria, gestão de painel solar, potência do motor e decisões do piloto. Também serve para estimar as dificuldades que o Solar Project enfrentaria em um voo real.Os testes permitiram constatar que o avião voa a 70 km/h, a uma altitude que oscila entre 8 mil e 9 mil metros durante o dia.
À noite, ele baixa para 1,5 mil metros e plana a partir da energia solar armazenada em baterias de íon lítio, semelhantes às utilizadas em telefones celulares, mas com o dobro de eficiência. "Estou intrigado com a ideia de voo perpétuo", afirmou o engenheiro mecânico André Borschberg, chefe executivo do projeto, à agência InterPress. "É nossa esperança que o Solar Impulse se torne um símbolo para o mundo e crie conhecimento sobre o uso de nossa própria energia", acrescentou.
Para Piccard, "a chave é a eficiência energética, extraindo poder máximo da mínima energia e usando o menos dela possível."
A animação do suíço justifica-se: a estimativa é de que a nova invenção seja capaz de voar 36 horas ininterruptas. Uma das explicações para o fato é que, apesar de a distância entre asas do Solar Impulse ser a mesma de um Airbus A-340, o novo avião é bem mais leve, uma vez que sua estrutura é feita de fibra de carbono. A invenção pesa apenas 1,6 tonela, enquanto um A-340 possui 260 toneladas. Para desenvolver a aeronave solar, desde 2003, companhias como a Solvay, de produção química e farmacêutica, a Omega, de relógios, e o Deutsche Bank desembolsaram cerca de 100 milhões de euros.Os envolvidos no projeto preveem que o primeiro voo diurno, sem simulador, será realizado ainda neste ano, e que no próximo ano ele possa ser usado também à noite. Ainda estão previstos, até 2011, voos para cruzar os Estados Unidos e, depois, o Oceano Atlântico.
No ano seguinte, será feita uma tentativa de dar a volta ao mundo com a versão final do modelo, em cinco etapas de cinco dias, com escalas em todos os continentes. O piloto será o próprio Bertrand Piccard. "Se um avião é capaz de voar dia e noite sem combustível, movido unicamente pela energia do sol, que ninguém venha dizer que é impossível fazer o mesmo com veículos", disse durante a apresentação do avião ao público, em junho.
Fonte: Yahoo

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